Você sabia que, nas décadas de 50, 60 e 70, havia um cinema dentro do Colégio Estadual do Paraná? Essa história se confirma com os objetos que existem em um espaço reservado no primeiro pavimento do prédio central, onde já funcionou uma sala de projeção do então Cinearte, que atendia os estudantes do CEP e a sociedade curitibana.

Lá, ainda estão os antigos projetores que funcionavam com geradores movidos a carvão. “Testemunhei este momento especial da história do nosso Colégio, quando o cinema ainda era uma grande novidade para todas as pessoas”, afirmou o colaborador técnico João Paulo Lourenço Ortiz, conhecido como “Seu Dante”.

As máquinas ainda mantém as etiquetas com o registro da marca Ciclex, de fabricação americana. Como mostram as especificações técnicas, as lâmpadas funcionavam com geração de energia para 15-24 Volts e as engrenagens movimentadas por um complexo sistema que exigia permanente acompanhamento técnico.

O projecionista era responsável pelo controle e movimentação da fita do filme na frente de poderosas lentes. Tudo feito com cuidado e atenção para garantir a projeção nítida da imagem ampliada na grande tela instalada para os espectadores.

Devido o excesso de ruídos provocados pelo gerador, o equipamento precisou ser iacomodado em um ambiente separado da sala de projeção. “O gerador foi colocado no andar abaixo, para não interferir com o som das caixas instaladas no auditório”, explicou Seu Dante.

A sala de projeção ainda guarda a velha sineta usada para anunciar o início de cada sessão. O objeto ficava posicionado ao lado da vitrola usada para rodar o vinil, com faixas musicais colocadas nos intervalos. Uma parceria firmada com o Cine Palácio, no Centro da cidade, garantia colocar em exibição as principais produções cinematográficas nacionais e internacionais, dentro da instituição de ensino mais antiga do Paraná.  

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