A Realidade Estampada em Camisetas Costumizadas por Estudantes 29/11/2022 - 16:10

.

Quem semanas atrás passou em frente à entrada para a Biblioteca do Colégio Estadual do Paraná seguramente deve
ter prestado atenção em uma exposição inusitada. Uma arara, igual a essas que vemos em lojas e magazines, repleta
de camisetas. E cada peça de vestuário com uma arte diferente estampada, trazendo mensagens impactantes.


Pois as camisetas expressam conteúdos trabalhados por estudantes do ensino médio, no componente curricular
‘Projetos de Vida’, fruto de um trabalho coordenado pela professora Eugênia Angélica, de Sociologia. Envolveu
estudantes das primeiras séries A, B, C, D, E, F, G e H.


O ponto de partida para que cada estudante concebesse sua camiseta foi o conteúdo “relações de trabalho na
sociedade capitalista”. “Cada estudante teve a liberdade de escolher o tema dentro desse conteúdo”, adianta a
professora. “É uma forma mais complexa de trabalhar, mas o resultado é positivo, diante da análise que os
estudantes conseguiram fazer do mundo do trabalho”, celebra a educadora.


Entre os assuntos sobre os quais os estudantes se dedicaram estão a organização do trabalho no mundo
contemporâneo; a condição do trabalhador na sociedade atual; conceitos surgidos a partir da segunda metade do
século XX (como Toyotismo); desenvolvimento de novas tecnologias (incluindo automação, robotização e
informatização do trabalho, obsolescência planejada (tempo de vida curto dos produtos); exigências de qualificação
profissional; e as multifunções demandadas (jornadas intensas).


Questões de gênero também estiveram em pauta – tais como aumento da força de trabalho feminina e a demanda
por igualdade de direitos entre homens e mulheres.


À reflexão diante de toda essa complexidade, somou-se a necessidade inerente aos adolescentes nesse estágio da
vida escolar: escolher uma profissão para seguir.


Expressar esse aprendizado em arte, neste momento (terceiro trimestre), levou em conta ainda os conteúdos
estudados nos dois trimestres anteriores, que foram basilares, conforme assinala a professora de Sociologia.
Logo no início do componente curricular ‘Projetos de Vida’, no primeiro trimestre, a projeção de ideias e
habilidades socioemocionais foram tratadas. “No trimestre seguinte, trabalhamos habilidades para a vida pessoa e
profissional”, sublinha a professora. Nesse sentido, entraram assuntos como as diferentes profissões de cada área
em que se estrutura o novo ensino médio.


“Os estudantes projetaram seu futuro profissional, expondo seus ideais, desenvolvendo desenho ou logotipo que
representava sua função; responderam questões sobre seus ideais de vida e outras de perfil profissional”, explica
Eugênia Angélica.


Essas projeções, anseios, sonhos e ideais estão refletidos ainda em cartões dispostos em painéis que também
compõem o conjunto da exposição, complementando-a. Esses cartões foram feitos por estudantes do ensino médio
em atividade conduzida por cinco pedagogas da Divisão Educacional.


Por sua vez, a professora Eugênia discorre sobre o componente curricular e a complexidade da vida do estudante,
nessa fase de ensino:


“O componente curricular ‘Projeto de Vida’ surgiu com a reestruturação do currículo do ensino médio. Existe uma
compreensão que o Projeto de Vida é um apoio para os estudantes, no contexto de desenvolvimento de projetos e
planejamentos das suas profissões. Nesse contexto, o estudante poderá pensar no seu futuro, diante das escolhas
que deverá fazer nessa etapa da vida escolar”, contextualiza a docente.


“Na realidade”, prossegue ela, “todos os alunos têm uma trajetória, um pretender ser, que estará relacionado
intrinsecamente com a escolha da profissão, com o objetivo de vida, com os seus próprios projetos. Cada indivíduo
decide o que é melhor para a sua vida, esse é um universo muito particular. Existe uma certa dúvida, devido à
escolha que o aluno deverá fazer no primeiro ano do ensino médio, entre Ciências Exatas, Ciências Humanas e
Ciências da Natureza, para a sua profissão. Sabemos que todos os adolescentes estão em fase de transição, e, como
qualquer um de nós, sempre terão dúvidas sobre as escolhas”.

 

Comentou a  Professora Eugênia Angélica Eufrásio,  de Sociologia.

 

Laureci Schmitz

Direção Geral 

Colégio Estadual do Paraná