Rafaela, Izabela e Cápsula do Tempo com Cartas Escritas Há Dez Anos 01/12/2022 - 17:39
Se você fosse se encontrar, hoje, com você mesmo. Mas não o você, ou a você, de agora. Você de dez
anos atrás. Quem encontraria?
Outra possibilidade: se você, hoje, escrevesse uma carta para você. Mas não o você, ou a você, de agora.
Você de dez anos para frente. O que contaria?
Uma experiência nesse sentido foi vivenciada por duas ex-estudantes do Colégio Estadual do Paraná.
Semana dessas, Rafaela Fernandes da Rosa Bento e Izabela Ribeiro Pissato voltaram ao CEP, onde
concluíram o ensino médio, em 2012.
Naquele ano, um decênio atrás, Rafaela, do então 3º G, e Isabela, do então 3º N, escreveram uma carta
para si próprias. Guardaram em uma cápsula do tempo, e enterraram sob um dos pinheiros que adornam o
jardim da entrada do CEP.
O compromisso era deixar os escritos guardados ali. E regressar, em 2022, para o reencontro: a Rafaela de
hoje, com a Rafaela de 2012. A Izabela de hoje, com a Isabela de 2012.
O tempo passou. Voou, em alguns momentos.
Corta para 19 de novembro de 2022 e estão Rafaela e Isabela sob aquele pinheiro, resgatando palavras do
passado que tentavam projetar um futuro.
Inevitável um turbilhão de emoções. Alegria, saudades, recordações, satisfação com conquistas, com o
quanto cresceram, conheceram.
Mas as cartas também revelam um turbilhão de sentimentos do passado.
As folhas de caderno manuscritas falam de ansiedade, medo, dúvidas. De sonhos e desejos também.
“Estou fazendo muitas perguntas”, diz uma delas a si. “A partir de agora é tudo imprevisível, isso me
deixa com medo e insegura, afinal, quem não tem medo?”, indagava-se, sabiamente.
“Formar-se” (no ensino superior), “sem pegar DP [ficar de dependência em alguma matéria]” era uma das
expectativas. “Continuo ansiosa, desesperada? HAHAHA, sempre”, revela-se igualmente um dos textos.
De volta ao presente, outro sentimento – presente – foi o de gratidão. Gratidão pelo que aprenderam e
construíram quando estudantes do Colégio Estadual do Paraná.
A atividade de resgate da cápsula do tempo foi mediada pelo Centro de Memória do CEP. A professora
Cleusa Fuckner, coordenadora desse setor, compartilha também um pouco do sentimento do encontro em
19 de novembro último:
“Vivemos um momento de muita emoção”, relata. “Na cápsula, cada uma, na época, colocou uma carta
endereçada a si mesma para o futuro, e um objeto significativo daquele momento. Na leitura da carta elas
contam dos sonhos da esperança de mudanças na vida e de como essas mudanças ocorreram graças ao
ensino que receberam no CEP.”
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Direção-Geral
Centro de Memória