O Dia da Consciência Negra, celebrado nessa quarta-feira (20), foi marcado com diversas atividades educativas ministradas nos períodos da manhã, tarde e noite, no saguão de entrada do prédio central do Colégio Estadual do Paraná (CEP-CEP). Os alunos e alunas assistiram às palestras ministradas por professores especialistas em questões raciais, e acompanharam o histórico sobre a formação dos quilombos em terras brasileiras, com destaque para Zumbi dos Palmares.

Ainda pela manhã, os estudantes acompanharam a palestra ministrada pela professora Ana Carolina Dartora, que é mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ela envolveu os estudantes em um bate-papo descontraído, com abordagens de assuntos relacionados ao Movimento Negro e Direitos Humanos.

No período da tarde, foi a vez da pedagoga Almira Maria Maciel, pós-graduada em História pela UFPR destacar a origem dos quilombos na África. “Eram locais que serviam de acampamentos para os refugiados de guerras ou que, em outros contextos, serviam como espaços de uma espécie de retiro espiritual das tribos africanas”, explicou. Ela afirmou que no Brasil os quilombos se formaram a partir do ideal de liberdade. “Em nosso país, houve a formação dos grupos de quilombolas em todo território brasileiro, inclusive no Paraná”, afirmou.

Para a estudante Rakel Iwanowski, do 1°C, foi uma surpresa saber que existem quilombos paranaenses até nos dias atuais. “Não imaginava que tão perto de nós tínhamos grupos que ainda vivem em quilombos, algo que pensei existir apenas nos livros de história”, disse a estudante que assistiu a palestra.

As explicações da professora convidada foram acompanhadas pela Diretora Geral do CEP, Tânia Maria Acco. “Sabemos que é com conhecimento que se combate os preconceitos, e temos nessas ações a oportunidade de construir um mundo com mais igualdade e justiça social”, disse a diretora.

À noite foi a vez do professor e filósofo Gustavo Henrique Fontes de Holanda falar sobre questões raciais no Brasil. Holanda abordou as dinâmicas políticas e as consequências sociais, além de fundamentos filosóficos em torno do assunto.

CEP-AMÂNCIO – As atividades em celebração ao Dia da Consciência Negra começaram no início da semana, com ações programadas no CEP-Amâncio de segunda a sexta-feira. Lá, os estudantes se reuniram com ex-alunos negros da UFPR para falar de valores étnicos e culturais, com destaque para estilos musicais vinculados à cultura negra.

A religião afro-brasileiro também foi destaque da programação, com a participação do grupo Tambores do Paraná e de Pai Caetano Oxóssi. Com intuito de unir as pessoas e combater preconceitos, eles explicaram as crenças, a espiritualidade e o amor expressados nos em rituais da Umbanda e também do Candomblé.

As ações da programação que celebra a Semana da Consciência Negra no CEP foram coordenadas pelo professor de Filosofia Wilson José Vieira, com apoio de professores de Sociologia e membros da equipe multidisciplinar do Colégio Estadual do Paraná.

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