O espetáculo ‘Terra de Cego’, da Companhia de Teatro Modulado de Pesquisa Teatral (MPT), vinculada
ao Colégio Estadual do Paraná, é uma das atrações do Festival de Curitiba – tradicional evento das artes
cênicas, que completa 30 anos em 2022.
A peça é dirigida por André Meirelles, professor do MPT e dos cursos de Técnico em Teatro e de Técnico
em Produção de Áudio e Vídeo do CEP.
As apresentações são ao ar livre e estão marcadas para os dia 7 de abril, às 18h30, na Boca Maldita, em
Curitiba, e dia 8, 19h, na Praça da Bíblia, em Araucária.
De acordo com o docente, o modulado estava preparado para participar da edição de 2020 do Festival de
Curitiba. Entretanto, com a pandemia de covid-19, o evento foi cancelado. Também não ocorreu ano
passado, e retorna agora em 2022 (entre os dias 29 de março e 10 de abril).
O professor conta que, em 2020, o programado era uma apresentação do repertório do grupo, o que
incluía seis espetáculos e três oficinas. “Com o cancelamento do festival e o hiato de dois anos, a
companhia retorna com um dos seus mais prestigiados trabalhos, o ‘Terra de Cego’”, assinala texto de
divulgação do MPT.
Ainda segundo esse material, “a peça surgiu da proposta de adaptar o conto ‘Terra de Cego’, do escritor
americano H.G.Wells, para o teatro”. O texto continua: “No conto original, a história se passa nas
montanhas andinas. Na montagem do MPT, o cenário passa a ser uma ilha misteriosa”.
Nessa ilha vive uma tribo isolada. Ao longo do tempo, seus integrantes foram perdendo a visão, devido a
uma rara condição genética. “Passadas várias gerações, sem contato com o mundo exterior, essa tribo não
sabe o que é ‘ver’”, adianta o texto. Outros conceitos da imagem, como cores ou iluminação (claro,
escuro), também não são percebidos pela tribo.
Dessa forma, quando um estrangeiro não cego aparece na ilha, vítima de um naufrágio, forma-se uma
relação de poder, baseada no ver versus o não ver. “A peça discute dentro de sua narrativa vários temas
como relações de poder, xenofobia, conceito de beleza, deficiência visual, comunicação e linguagem”,
assinala o grupo.
A produção do espetáculo demandou muita pesquisa, além de ensaios, para que o elenco interpretasse a
comunidade cega. “Foram usadas técnicas de ‘Butoh’ e ‘Teatro Físico’, para dar vida a esses personagens.
Os atores criaram, a partir de pesquisa, uma linguagem para os moradores dessa ilha, inspirado no idioma
Iorubá. A peça é falada inteira nesse idioma inventado”, afirma o texto.
A peça do MPT do CEP já foi apresentada em vários festivais, e contemplada com prêmios importantes.
Por exemplo, o de Melhor Espetáculo no Festival de Colombo, em 2019; Melhor Espetáculo no Festival
de Pontal do Paraná, também em 2019, dentre outros, em diversas categorias.
“Para o Festival de Curitiba a peça passou por uma reformulação, sendo adaptada para a rua, além de ter
uma trilha sonora original, executada ao vivo e composta pelos músicos Carlos Lopes e Mila Girassol”,
informa a companhia.

MAIS INFORMAÇÕES

TERRA DE CEGO

SINOPSE: “Uma ilha remota e quase inacessível em que todas as pessoas são cegas. Não sabem o que é
“ver”. Não sabem que são “cegas”. Estão convencidas que a ilha é o mundo inteiro. Um forasteiro com

“visão” é arremessado às areias por um naufrágio e descobre que, afinal de contas, quem tem um olho não
é rei”.

APRESENTAÇÕES
07/04 (Quinta) às 18h30 - Boca Maldita, Curitiba
08/04 (Sexta) às 19h - Praça da Bíblia, Araucária
FICHA TÉCNICA
Encenação: André Meirelles
Trilha Sonora e Sonoplastia: Carlos Lopes e Mila Girassol
Cenografia e Arte Gráfica: Caio Frankiu
Produção e Luz: Bia Marçal
Elenco: Ana Paula Moreira, Amanda Brigano, Arthur Talevi , Caio Frankiu, Camila Sardou, Carlos
Caetano, Diogo Galli , Fernando Moraes, Paloma Nolasco , Rafael Ludvich
Site da Cia: https://mptcep.wordpress.com/
Canal do youtube: https://www.youtube.com/channel/UCUu0YRHlTYk1A7BPdu1IAMw
Instagram da Cia: https://www.instagram.com/moduladodepesquisateatral/