Ciclo de palestras aborda gênero, educação antirracista, educação para diversidade e inclusão, e interseccionalidade 06/06/2024 - 20:00

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“mOvECEP”.
É assim mesmo, com essa grafia em movimento, o título de um ciclo de palestras que o Colégio Estadual do Paraná está promovendo para tratar de interseccionalidade e questões de gênero, educação antirracista e educação para a diversidade e inclusão.
O primeiro ciclo do mOvECEP ocorreu nos dias 17 e 24 de maio.
No dia 17, as e os estudantes conversaram com delegada Emanuele Maria de Oliveira Siqueira, da Polícia Civil do Paraná.
Depois, no dia 24, o encontro foi com a professora e historiadora Taynara Ferreira da Silva.
Participaram desses momentos turmas do segundo e do terceiro anos do ensino médio regular e do integrado ao técnico.
SOBRE MARIA DA PENHA
Em sua palestra, a delegada Emanuele Maria falou sobre uma mulher brasileira que representa a luta das mulheres por políticas públicas da não-violência de gênero, Maria da Penha, que a partir da sua história pessoal de violência doméstica contribuiu para que fosse criada a Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha).
A conversa foi ampliada para a cultura da violência e discriminação, ciclo da violência, a identificação de diferentes tipos de violência e como elas se caracterizam (física, moral, psicológica, patrimonial e sexual). Ainda, a especialista explicou sobre os canais de atendimento em caso de violência, e como são realizados os atendimentos nas delegacias da mulher do estado.
SOBRE LÉLIA GONZALEZ
Por sua vez, a professora Taynara Ferreira deu uma aula sobre decolonialidade, interseccionalidade, marcadores sociais de gênero, raça e classe, e as contribuições da pensadora brasileira Lélia Gonzalez para a equidade de gênero e a educação antirracista.
Trouxe a conceituação necessária para compreender quais os caminhos para uma educação Antirracista, apresentou mulheres negras e indígenas que contribuem para o desenvolvimento de uma sociedade educada para a equidade, diversidade, inclusão e sustentabilidade.
PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES
Nessas palestras-aulas a participação de cada estudante é a de colaboração e autonomia, com formação prévia em sala de aula sobre os assuntos tratados e avaliação do trabalho proposto.
A autonomia também se deu na mediação das palestras, sempre realizada por alunas e alunos do LabCEP e Coletivo Preto e o Coletivo Enedina Marques, que demonstraram a possibilidade de adequação da linguagem mais acadêmica para uma mais próxima da vivência adolescente.
Além das perguntas feitas (a maioria formulada pelas alunas) sobre os assuntos, houve solicitações sugestões e orientações de como engajar colegas de turma com relação às temáticas propostas no Projeto mOvECEP, e questionamentos do porquê não se ensina História do Brasil na escola e no ensino médio, e que o estudo direcionado ao ensino de história em uma visão eurocêntrica priva em demasia o acesso delas e deles ao conhecimento histórico da constituição do povo brasileiro.
Ainda nesse direcionamento, chamaram a atenção para o não cumprimento da Lei nº 11.645, de 10 março de 2008, que tornou obrigatório o estudo da história e cultura indígena e afro-brasileira nos
estabelecimentos de ensino fundamental e médio.
Momentos como esses com temas transversais é uma estratégia imprescindível para acelerar a igualdade/equidade de gênero, a compreensão de uma educação antirracista e da dimensão inclusiva e sustentável na educação para a diversidade, a partir de uma mudança cultural e social global. É necessário ampliar e sensibilizar o olhar de alunas e alunos para a contribuição mútua entre meninas e meninos, e homens e mulheres, com o estímulo aos programas educativos e iniciativas colaborativas.
SOBRE O mOvECEP
O mOvECEP tem o propósito de formação contínua de estudantes por meio de temáticas transversais, as quais atravessam o cotidiano escolar. Como nada se dá isoladamente, o projeto tem parcerias interinstitucionais com o CEPCom (Setor de Comunicação), Escolinha de Arte, representantes de turmas, Coletivos Preto e Enedina Marques, Gecep, LabCEP, Divisão Educacional, Direções Geral e Auxiliares; e Coordenações.
Também conta com parcerias externas, como o Labelit da UFPR, a Diálogos Rede Internacional de Pesquisa, PGHIS - UFPR, Casa da Mulher Brasileira, Hospital Pequeno Príncipe e Secretária de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa.
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