CEP recebe “Selo Escola Antirracista”, da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros 03/09/2025 - 09:00

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O Colégio Estadual do Paraná recebeu na última semana o Selo Escola Antirracista, pela participação na primeira edição da Olimpíada Brasileira de Relações Étnico-Raciais, Afro-brasileiras, Africanas e Indígenas (Obereri). 

A Obereri é promovida pela Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN). Essa primeira edição se desenvolveu entre maio de 2024 e maio de 2025.

A entrega do selo e dos certificados de participação a cada estudante ocorreu em roda de conversa na quinta-feira passada, 28 de agosto.

A atividade foi realizada no Espaço de Educação para as Relações Étnico-Racias Doutora Dalzira Maria Aparecida Iyagunã, situado na Biblioteca do CEP, e contou com a presença de integrantes da ABPN.

AKOMABU/CEP, EM TERCEIRO LUGAR NA REGIÃO SUL

O CEP participou da Obereri na categoria ensino médio, com uma equipe nomeada como Akomabu, que em iorubá significa “a cultura não deve morrer”.

A Akomabu envolveu os e as estudantes Aaron Emílio Romero Santamaria, Juan Pablo Bermudez Vargas, Leticia Velozo de Lima, Luis Gustavo Padilha Macagnan, Rebeca Nascimento da Silva e Stella Ribeiro. Todos receberam certificados.

Com nota final de 9,18 pontos, o CEP ficou em terceiro lugar na classificação geral da Região Sul e na 25ª posição na classificação geral nacional.

BOLSA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Pela conquista, foi concedida à Akomabu/CEP uma Bolsa de Iniciação Científica Júnior (ICJ) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), que visa estimular a vocação científica e tecnológica em jovens, incentivando-os a participar de pesquisas. 

De forma consensual os integrantes da Akomabu indicaram a estudante Rebeca Nascimento da Silva para ser contemplada com a bolsa e poder dar sequência aos estudos e discussões necessários à causa étnico-racial.

Vale ressaltar que, de acordo com o Comitê de Organização da Obereri, em todo o país foram mais de 2,3 mil equipes inscritas. Dessas, 800 avançaram para as últimas fases na categoria ensino médio.

Entre as etapas cumpridas pelas equipes esteve a elaboração de um plano de trabalho e projeto de intervenção artístico-pedagógica no contexto escolar, promovendo a interdisciplinaridade e posicionando os estudantes como protagonistas do processo de aprendizagem. Ainda, a produção textual dissertativo-argumentativa, a partir da seguinte questão: “A Lei 10639/2003 e a Lei 11645/2008 já completaram quase 20 anos de existência, no entanto, ainda há desafios a sua operacionalização nas escolas brasileiras?”. Outra atividade foi a produção de conteúdo multimídia sobre temáticas etnico-raciais, com a criação de um podcast.

DEPOIMENTOS

Confira depoimentos de participantes da roda de conversa de entrega do Selo Escola Antirracista:

"A Obereri promoveu a interação entre alunos e a discussão das temáticas étnico-raciais, de uma maneira inovadora. A importância do projeto atraiu o interesse da equipe, que se empenhou para realizar as diversas atividades da melhor maneira possível. A troca entre o grupo gerou muitos debates interessantes, que aumentaram o repertório dos integrantes e nos fizeram conhecer mais das diversas culturas do Brasil que frequentemente sofrem processos de apagamento. Meu interesse pela pauta sempre foi notável. Uma olimpíada nas temáticas étnico-raciais foi uma surpresa, algo inédito nas minhas vivências, e eu senti mais que uma simples necessidade de participar. Expor minhas opiniões, encontrar pessoas tão interessadas no assunto quanto eu, e observar em escala nacional a proporção destas discussões importantíssimas com certeza me impulsionou muito e me deu direções para seguir ativa no movimento negro. No momento de realizar as questões e tarefas, as diferenças da equipe se puseram de lado para conseguirmos atingir os objetivos. Cada um compartilhou seus repertórios, e aprendi muito, principalmente sobre povos originários. A partir do conhecimento dos meus colegas e das pesquisas que fomos levados a fazer, fizemos mais do que concluir as atividades; nós passamos a carregar mais informações e mais vivências.” Por Estudante Rebeca Nascimento da Silva, atualmente na terceira série do ensino médio, integrante da Akomabu/CEP.

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“A Obereri funciona como instrumento de promoção de reflexões e construção coletiva de ações no contexto escolar que oportunizam o diálogo crítico-reflexivo visando a desconstrução de práticas discriminatórias, portanto é imprescindível o letrar-se para questões de identidades sociais de raça, etnia e gênero, bem como é imperativo dar continuidade as discussões para repensar e aprimorar o projeto político-pedagógico da escola”. Por professor Gilson Rodrigo Woginski, docente em Língua Espanhola no CEP, e que coordenou a equipe Akomabu. O professor tem pesquisa de mestrado desenvolvida na área de Linguagens e Letramento Racial Crítico.

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“A conquista do Selo Escola Antirracista representa um marco histórico para o Colégio Estadual do Paraná, reafirmando o compromisso da instituição com a valorização da diversidade e o enfrentamento às desigualdades raciais. Mais do que um reconhecimento, trata-se de um compromisso histórico para que a escola continue sendo um espaço de promoção da equidade, da escuta e da construção coletiva de saberes, em sintonia com os princípios da Olimpíada Brasileira de Relações Étnico-Raciais. Como nos lembra a escritora e ativista negra Conceição Evaristo, ‘nossos passos vêm de longe’, indicando que cada avanço presente se fundamenta nas lutas históricas de resistência dos povos negros e indígenas no Brasil. Assim, este prêmio não apenas celebra uma conquista institucional, mas também fortalece o trabalho pedagógico diário de formar sujeitos críticos, solidários e conscientes de seu papel na transformação social”. Por pedagogo Cesar Augusto Cruz da Silva, chefe da Divisão Educacional do CEP.

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Participaram da roda de conversa no CEP:

  • Membros da ABPN: Iraneide Soares da Silva, Luiz Herculano de Sousa Guilherme, Jessyka Camila Faustino dos Santos e Anderson Almeida.
  • Representantes do CEP: pedagogo Cesar Augusto Cruz da Silva e pedagoga Maria Eleniz Elias, chefes da Divisão Educacional; professor Gilson Rodrigo Woginski, coordenador da Akomabu/CEP; integrantes da Equipe Multidisciplinar do CEP, pedagoga Angela Kogut, professora Elisete Iunskovski; e integrantes do Coletivo de Estudantes Pretos do CEP, bem como pais e mães de estudantes.


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MAIS SOBRE A OBERERI

De acordo com a ABPN, a Obereri tem como objetivo “promover o conhecimento e a valorização das tradições culturais, histórias e conhecimentos das comunidades tradicionais e dos povos originários. A competição busca incentivar os estudantes a aprenderem uns com os outros, desenvolvendo empatia e compreensão. Além disso, a OBERERI não se trata apenas de uma prova de conhecimentos específicos, mas sim da resolução coletiva de questões socialmente referenciadas, promovendo o respeito e a valorização das diversas culturas presentes no Brasil”. Saiba mais em <https://abpn.org.br/>. 

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GALERIA DE IMAGENS

  • Participantes da equipe Akomabu CEP recebem certificado da Obereri
    Participantes da equipe Akomabu CEP recebem certificado da Obereri
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