“Autismo: conheça e respeite” proporciona entendimento sobre o Transtorno do Espectro Autista 02/05/2024 - 21:45

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“Autismo: conheça e respeite”.

Esse foi o título de uma atividade extracurricular desenvolvida na noite desta quinta-feira, 2 de maio, envolvendo estudantes dos cursos técnicos de Produção de Áudio e Vídeo e de Teatro.

No encontro, estudantes autistas dos dois cursos foram os protagonistas no compartilhar de suas vivências.

Primeiro, a estudante Júlia Medeiros, 21 anos, do Técnico em Teatro e também formada no Técnico em Produção de Áudio e Vídeo, fez uma palestra em que contou sua trajetória, desde a infância, e como ela foi marcada por desafios.

Júlia recebeu o diagnóstico de autismo recentemente. Até então, seu diagnóstico era de superdotação e Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). “Foi um diagnóstico tardio, que obtive há alguns meses.”

A estudante relatou que, aos 6 meses de idade, já sabia desenhar. Tão logo começou a engatinhar, ainda bebê, aprendeu a andar. Por outro lado, só depois dos 3 anos passou a falar. Utiliza uma “língua própria”, conforme pontuou. “Só minha mãe entendia.”

Na pré-adolescência e adolescência não escapou de bullying. Tinha noção de que era diferente, o que gerava não só incompreensão de parte das pessoas em volta, como dela própria.

Na arte, encontrou-se. Primeiro, no curso de audiovisual, agora, no de Teatro – e também na graduação Musicoterapia, que está fazendo.

“Os autistas não são todos os iguais, há diferença de pessoa para pessoa”, alertou, diante da comum generalização que se faz do perfil do Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Conheçam [sobre o assunto], isso é uma forma de inclusão”, recomendou.

Depois, a atividade seguiu com uma apresentação musical de grupo da Escolinha de Arte, da qual Breno Prado dos Santos faz parte. Breno tem TEA de nível 2. Ele fez o ensino médio no Colégio Estadual do Paraná, e atualmente cursa o Técnico em Teatro.

Breno é assistido pela professora Vanda Muchinski, do Programa de Atendimento Educacional Especializado (PAEE). Na abertura do evento, a docente explicou aos participantes o que é o autismo. Para ela, o conhecimento sobre o tema é o caminho para romper preconceitos, estigmas e exclusão. 

“É preciso conhecer, porque quando não se conhece é que vem o preconceito. É preciso ter empatia, e não julgamentos”, sublinhou.

Também na abertura, o diretor auxiliar do período noturno, Alexandro Muhlstedt igualmente assinalou a necessidade de o tema ser abordado e aprofundado. “A história de inclusão na educação especial é recente no CEP. Mas estamos abraçando mais e mais essa diversidade”, pontuou.

Outra participação – mas essa nos bastidores - foi do estudante Leonardo Werneck, do Técnico em Produção de Áudio e Vídeo, diagnosticado com TEA. Leonardo fez a gravação de todo o evento. “É mais de uma hora de registro”, orgulhou-se do trabalho.

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