Saúde mental do professor em alerta 19/12/2012 - 16:40

Docentes estão desenvolvendo distúrbio conhecido como síndrome do esgotamento profissional

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Falta de motivação para o trabalho, baixa realização profissional e exaustão emocional constituem uma síndrome que atinge cada vez mais professores da rede pública. Apesar de Freud já citar a doença no início do século 20, apenas nos anos 70 o estudo foi aprofundado pelo psicanalista nova-iorquino Freudenberger, após constatá-la em si mesmo.

A Síndrome de Burnout (do inglês to burnout, queimar por completo), também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, afeta principalmente trabalhadores da área de saúde, segurança e educação, porque são funções de grande responsabilidade e que lidam diretamente com outras pessoas, particularmente quando elas estão com problemas ou preocupadas. "Cuidar de alguém exige tensão. O trabalhador se envolve afetivamente com seus usuários - pacientes, clientes, alunos -, desgasta-se e, num extremo, desiste, não aguenta mais, entra em burnout".
Há duas causas principais para o desenvolvimento dessa síndrome também conhecida como da desistência do educador. A primeira seria inerente à própria profissão, à responsabilidade de educar, à função desgastante e às demandas exigidas, enquanto a segunda refere-se às condições de trabalho, à falta de estrutura física e de material de trabalho, às questões salariais e à consequente desvalorização.
Em tese, para evitar a síndrome, qualquer movimento no sentido de reduzir a vulnerabilidade do professor aos estressores do seu cotidiano, particularmente aqueles relacionados com as demandas emocionais, seria uma medida preventiva no sentido de minimizar as possibilidades de o indivíduo vir a desenvolver Burnout. Dessa forma, aplicam-se à prevenção de Burnout, todas as estratégias voltadas para ajudar o indivíduo a lidar com o estresse. Por isso, o apoio dos pares e da direção da organização é tão importante. A direção da escola tem papel fundamental no sentido de minimizar problemas estruturais como, por exemplo, condições de trabalho inadequadas. Com relação aos colegas, a troca de vivências e de problemas comuns favorece a reorganização cognitiva no sentido de o trabalhador rever suas expectativas e encontrar formas possíveis de lidar com suas frustrações, e ideais inalcançáveis.
O diagnóstico de Burnout pode ser feito por exame clínico, com profissional da área de saúde (médico, psicólogo) que efetivamente conheça os sintomas da síndrome, e por meio de instrumentos psicológicos elaborados especificamente para fazer essa avaliação. É importante que em ambos os casos a avaliação seja feita por profissional com formação adequada em relação ao fenômeno específico. Entretanto, é admissível que o próprio professor, ao tomar conhecimento dos sintomas de Burnout, identifique com razoável precisão que está vivendo esse processo. Nesse caso, é recomendável que ele busque ajuda psicológica.
Uma vez constatada a síndrome é altamente desejável que o profissional com Burnout tenha acesso a atendimento especializado, tanto médico quanto psicológico. Além disso, a participação da direção da organização e dos colegas pode ajudar muito, tanto na prevenção quanto na recuperação. Nos profissionais de saúde, medidas interessantes já vêm ocorrendo: profissionais que trabalham, por exemplo, em UTIs, prontos socorros e áreas mais críticas, por iniciativa própria ou por sugestão da instituição onde trabalham, fazem reuniões periódicas (grupos de reflexão) em que discutem suas angústias, suas limitações, buscam alternativas possíveis para os problemas e se preparam psicologicamente para se alegrar com o sucesso (mesmo que em pequena proporção) como forma de fazer frente ao insucesso frequente. Esse suporte social no trabalho é um grande aliado na redução dos níveis de Burnout.

As principais causas:
Os principais sintomas:
Excesso de trabalho
Psicossomáticos - fadiga crônica, dor de cabeça, distúrbios do sono, úlceras e problemas gástricos, dores musculares, perda de peso
Sobre-esforço (que leva a estados de ansiedade e fadiga)
Comportamentais - falta ao trabalho, vícios (fumo, álcool, drogas, café)
Desmoralização e perda de ilusão
Emocionais - irritabilidade, falta de concentração, distanciamento afetivo,disfonia
Perda de vocação
Relativos ao trabalho - menor capacidade, ações hostis, conflitos


Fontes:
Site “Educação é básico”- http://www2.uol.com.br;
“Portal do professor” - http://wwwportaldoprofessor.mec.gov.br


Profa Joseth Franco Vieira de Oliveira
Sala de Cuidados