Neuropediatra faz palestra dentro do projeto “mOvECEP” 01/07/2024 - 12:00

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O “mOvECEP – ciclo anual de palestras sobre interseccionalidade e questões de gênero, educação antirracista e educação para a diversidade e inclusão” teve sequência em junho com a participação de duas convidadas referências em suas áreas.

No dia 14, a neuropediatra Mara Lucia Schmitz Ferreira tratou, em conversa com docentes da coordenação pedagógica, sobre os impactos cerebrais em crianças e adolescentes que vivenciam situações abusivas, bem como as influências das dimensões genética, epigenética e ambiental na constituição do sujeito. Ainda, como essas influências das “memórias biológicas” podem afetar o desenvolvimento e a aprendizagem.

Entre os temas abordados em situações abusivas a neurologista destacou situações de negligência, omissão de cuidados, violência física, psicológica, sexual, atos discriminatórios, ameaça, manipulação, manipulação, constrangimento e intimidação sistemática.

Mara Lucia Schmitz Ferreira Santos é coordenadora do setor de Neurologia e Doenças Raras do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba.

Já em 17 de junho a palestra foi com a assistente social Mariana de Sousa Machado Neris, diretora de Políticas Públicas para as Mulheres da Secretaria de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa.

A gestora deu uma aula para estudantes do 2º ano C e 3º M e F, sobre políticas públicas voltadas à equidade de gênero, e trouxe, além da apresentação geral do que é a Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, as ações práticas para a promoção da igualdade de gênero e da equidade, com enfrentamento aos preconceitos, e as ações expressas no Plano Estadual dos Direitos das Mulheres 2022-2025.

Explicou também sobre as ações formativas para o protagonismo de todas as mulheres e meninas, acerca do fortalecimento da participação social para a universalidade das políticas, previstas no Plano Estadual dos Direitos das Mulheres.

A mediação dessa palestra-aula foi realizada pelas estudantes Valentine e Ariella, ambas do ensino médio, pela manhã do CEP. 

A participação de cada estudante é a de colaboração e autonomia, com formação prévia em sala de aula sobre os assuntos tratados e avaliação do trabalho proposto.

Ainda, a participação do grupo de estudantes na palestra do dia 17 de junho contribuiu para ampliar a conversa sobre políticas públicas e a importância de um olhar atento à equidade de gênero.

Ressalta-se aqui um dado que se repete em todas as palestras: a participação das meninas em fazer considerações e questionamentos e o silêncio dos meninos diante das temáticas abordadas.

Perguntas como “quais as ações desenvolvidas pela Secretaria da Mulher em prol das mulheres trans?”; e “como são tratadas nas políticas públicas a situação da violência contra as mulheres e a pobreza extrema?” foram expressas pelas meninas presentes na palestra do dia 17 de junho. 

Perguntas como essas refletem a localidade na qual se situam todas as mulheres e meninas, o lugar da interseccionalidade - isto é, meninas e mulheres têm sua existência pontuada por marcadores sociais de gênero, região, religião, cor de pele, etnia e tantos outros que as tornam únicas, e como únicas é que precisam com urgência serem pensadas em seus ambientes de estudo, trabalho, familiar, social e nas políticas públicas.

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