O Aula Paraná foi um programa fomentado pelo governo do Estado para suprir a ausência de atividades presenciais, ocasionada pela pandemia do coronavírus. Esta iniciativa se dividiu em duas frentes de atuação: o aplicativo Aula Paraná e a parceria com a RIC TV, para transmissão das aulas gravadas em estúdio.

Alguns professores do CEP participaram dessas gravações, contribuindo para o êxito do projeto, o qual passou por certos percalços, superações e conquistas. Dia após dia o esboço ganhou forma, como relata o professor Tony Marcio Groch, de Matemática Financeira: “assim que houve a chamada para participação, me senti na obrigação de contribuir para a educação paranaense, afinal havia muita dificuldade para interagir como os alunos, muitos estavam a distância, pois o ensino remoto ainda era muito incipiente, além disso muitos professores e alunos não conheciam esta tecnologia”. Aliado ao desejo de compartilhar experiências e saberes, o programa influiu na necessidade real de muitos outros professores, como afirma a professora Vivian Célia Brunquell, de Língua Portuguesa, “quando estamos aqui na capital, não conhecemos a dificuldade dos rincões paranaenses, por exemplo a realidade da professora que está sozinha em sala, que não possui pares para troca de informações e experiências, assim ela tem, por meio dos slides e aulas gravadas pelo programa, subsídios para enriquecer sua aula e seu conteúdo”. Inclusive, o apreço dos colegas beneficiados com as aulas foi tamanho, que muitos ainda escrevem e-mails e cartas agradecendo aos professores que gravaram os vídeos: “recebo muita carta, muito e-mail do interior agradecendo muito, pois para esses profissionais é algo norteador de suas atividades, o que me deixa muito agradecida, muito lisonjeada, pois não tinha dimensão que estava ajudando tantos outros colegas”, afirma. “O meu sentimento é de gratidão”, conclui.

Nem tudo são flores, quanto às dificuldades encontradas, relata a professora que o mais difícil “foi se adequar ao tempo reduzido da aula, lá você tem especificamente 15 minutos de aula expositiva, então a capacidade de síntese precisou ser aprimorada”. Outra professora, Thyncia Fabiane Bernardino Cardoso, de Língua Inglesa, expôs que o mais difícil era “a preparação dos slides e o deslocamento até as gravações”. Já para Gizelle Cristina de Souza dos Santos, de Educação Física, “o grande desafio foi transformar aula prática em aula teórica, por isso fazíamos as aulas teóricas pensando nisso, por isso sempre propúnhamos uma prática nos exercícios, de modo que me sinto muito feliz, por ter contribuído para que as aulas de Educação Física acontecessem no estado do Paraná”. 

Superados os problemas e vislumbrando o alcance desta inciativa, todos os entrevistados são categóricos ao afirmar que se trata de uma experiência sem volta, pois acreditam que essa evolução tecnológica é necessária e benéfica para o aprendizado: “Isso foi importante para nós que preparamos as aulas, mas também para os que estavam em casa, fazendo meeting, assistindo ao vivo, o que fez com que se aproximassem, ou ainda, exigisse que criássemos diante da dificuldade de tecnologia deles, o que pôde fomentar a evolução da educação em alguns aspectos”, completa Tony. Este professor, inclusive, não acha que a educação remota seja capa de substituir a educação presencial, também com suas especificidades, mas vê de forma positiva esse processso, “afinal essa triangulação, - equipe, professores e estudantes – propiciou uma complementação de conteúdos, sanando dúvidas e propiciando novos caminhos para o conhecimento.”

Para Vivian, “a partir do momento que você coloca a tecnologia e as ferramentas à disposição de um clique para colegas e estudantes, que podem acessá-los em horários e locais diversos, você transforma a realidade estudantil, pois deixa à merce deles toda uma plataforma disponível, principalmente porque foi gravada por professores que saíram do chão da sala de aula, que sabem as dificuldades discentes.” 

O Aula Paraná não é só isso, nem apenas estes valorosos profissionais; houve tradução simultânea em Libras, criação de jogos comuns, aulas criativas e muitas outras estratégias em nome do ensino público de qualidade.

Assim seja!